Por que África tem enviado toneladas de celulares quebrados para Europa
Eric Arthur não tem muito tempo livre. Ele passa a maior parte dos fins de semana dirigindo pelas ruas e avenidas de Cape Coast, em Gana, coletando telefones celulares quebrados.
Chega a se deslocar mais de 160 km peregrinando entre lojas de consertos e reparos e depósitos de lixo – qualquer lugar que tenha um estoque razoável de aparelhos sem uso.
Em um bom fim de semana, ele coleta cerca de 400. Outras seis pessoas fazem a mesma coisa em outras partes do país. Cada aparelho sai por algo entre 2,5 e 2,7 cedis ganeses, cerca de 44 centavos de dólar (R$ 2,5). Até o fim deste ano, o grupo espera conseguir recolher cerca de 30 mil celulares.
O serviço é pago por uma empresa social holandesa chamada Closing the Loop (“fechando o ciclo”, em tradução livre), que envia o material à Europa, onde é reciclado. Uma empresa especializada em fundição recupera cerca de 90% dos metais do telefone em um processo que incinera as peças de plástico.